A Bahia tem a chance de acordar em 1º de janeiro de 2021 com um cenário político muito parecido ao de 2020. Isso porque em 295 dos 417 municípios baianos o atual prefeito é candidato à reeleição.
A possibilidade de continuidade é alta, mesmo sem o município mais populoso do estado na conta. O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), não pode disputar a prefeitura. Ele venceu em 2012 com 53% dos votos e reeleito em 2016 com 73%.
No entanto, o cenário nos outros municípios com grandes colégios eleitorais é totalmente oposto. Das 20 maiores cidades baianas, apenas três não têm candidato à reeleição. Centros regionais como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Juazeiro, Itabuna e Barreiras podem manter o prefeito.
A campanha atropelada se soma a uma vantagem que já é natural ao candidato à reeleição. Historicamente, no Brasil, o mandatário leva vantagem sobre os adversários.
Assim como beneficia, a pandemia pode ser um risco. Os erros e acertos na gestão da crise ainda estão muito vivos na memória do eleitorado.
Depois de Salvador, a maior cidade em que haverá troca do prefeito é Jequié. Sérgio da Gameleira (PSB) poderia se candidatar, mas foi afastado do cargo pela Justiça há um mês. Ele é investigado em um esquema de fraude de licitação e desvio de verbas.
Segundo a legislação eleitoral, o 2º turno é realizado em cidades com mais de 200 mil eleitores. Na Bahia, além de Salvador, ele só é possível em Feira de Santana e Vitória da Conquista.
Mais da metade dos prefeitos candidatos à reeleição na Bahia pertencem a apenas três partidos políticos. O PSD, dos senadores Otto Alencar e Ângelo Coronel, é o que tem o maior número de mandatários em condições de permanecer nos cargos, se o eleitor quiser. São 75 nessa situação.
Na sequência aparece o PP, legenda do vice-governador João Leão, com 66. O PT do governador Rui Costa só aparece em terceiro, com 29. O primeiro partido de oposição na lista é o DEM, do prefeito de Salvador, ACM Neto, com 26.
O detalhe é que o PSD e o PP foram os partidos com mais prefeitos eleitos no último pleito municipal, em 2016, quando conquistaram 83 e 55 cidades, respectivamente.
Nos últimos quatro anos, as legendas de Otto e Coronel e de Leão aglutinaram mais prefeituras convencendo os mandatários a mudarem de partido. O PSD iniciou 2020 com 109 cidades sob seu comando. O PP, com 80.
Ou seja: a Bahia pode iniciar 2021 não só com os mesmos nomes nas prefeituras, mas também com as mesmas legendas.
Candidatos à reeleição na Bahia
Confira quem são os prefeitos que disputam a reeleição nas 100 maiores cidades do estado: