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1 22/05/2017 21:50

O ex-senador Aécio Neves se defendeu das acusações feitas com base nas delações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários do grupo JBS, em artigo publicado na edição desta segunda-feira (22) do jornal "Folha de S. Paulo". Aécio disse não ter cometido nenhum crime e ainda atacou o delator Joesley Batista.

No início do artigo, o ex-senador declara que sua vida foi virada pelo avesso, em decorrência dos acontecimentos dos últimos dias. Investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, e pela Procuradoria-Geral da República, Aécio foi afastado do Congresso e de qualquer outra função pública em decorrência da Operação Patnos, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (18), que prendeu a sua irmã Andréa Neves, e seu primo, Frederico Pacheco.

"Tornei-me alvo de um turbilhão de acusações, fui afastado do cargo para o qual fui eleito por mais de 7 milhões de mineiros e vi minha irmã ser detida pela polícia sem absolutamente nada que justificasse tamanha arbitrariedade. Tenho sentimentos, sou de carne e osso, e esses acontecimentos - o que é pior, originados de delações de criminosos confessos, a partir de falsos flagrantes meticulosamente forjados - me trouxeram enorme tristeza", escreveu.

Em gravação feita por Joesley Batista e entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), Aécio pede R$ 2 milhões ao empresário, com a justificativa de que o valor seria utilizado para o pagamento das despesas da sua defesa na Operação Lava jato. Frederico Pacheco, primo do tucano, foi filmado recebendo a quantia.

Ingenuidade

Segundo as afirmações de Aécio no artigo, o senador afastado lamenta a sua "ingenuidade" e reclama "ter de lamentar a boa-fé". Ele afirma que o delator forjou citações e conduziu o diálogo gravado "covardemente" em seu benefício.

“Tudo isso sofreu um abalo sísmico, na semana passada, com a divulgação de gravações covardemente feitas pelo réu confesso Joesley Batista de conversas com o presidente da República e de outras que manteve comigo. Nestas, ele tenta conduzir o diálogo para criar-me todo tipo de constrangimento. Lamento sinceramente minha ingenuidade - a que ponto chegamos, ter de lamentar a boa-fé! Não sabia que na minha frente estava um criminoso sem escrúpulos, sem interesse na verdade, querendo apenas forjar citações que o ajudassem nos benefícios de sua delação”, afirma Aécio.

Para ele, além de ter criticado, nas gravações, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), dizendo que eles eram "frágeis", Aécio assume um outro erro: "Errei ao procurar quem não deveria. Errei mais ainda, e isso me corrói as vísceras, em pedir que minha irmã se encontrasse com esse cidadão, que em processo de delação arquitetou um macabro e criminoso plano para obter certamente ainda mais vantagens em seu acordo”.

No artigo, o senador afastado diz ter pedido que a irmã procurasse o empresário Joesley Batista para tetar vender o apartamento onde a mãe mora, para também ajudar nos custos de sua defesa. Segundo Aécio, eles não se conheciam.

Inocência

Vítima de uma "criminosa armação", como o ex-senador se descreve, Aécio reitera a sua inocência: “Mas reafirmo: não cometi nenhum crime! Setores da imprensa vêm destacando uma acusação do delator de que, em 2014, eu teria recebido R$ 60 milhões em ‘propina’. Mas muito poucos tiveram a curiosidade de pesquisar e constatar que isso se refere exatamente aos R$ 60 milhões que a JBS doou legalmente a campanhas do PSDB naquele ano. E foram raros também os que se interessaram em registrar afirmações dos próprios delatores sobre mim - ‘nunca nos ajudou em nada’ e ‘nunca fez nada por nós’, disseram a meu respeito. Então pergunto: onde está o crime? Aliás, de qual crime acusam a mim e a meus familiares?”, afirmou.

“Foi do delator a sugestão de fazer um empréstimo com recursos lícitos, que ele chamava 'das suas lojinhas', e que seria naturalmente regularizado por meio de contrato de mútuo, até para que os advogados pudessem ser pagos. O contrato apenas não foi celebrado porque a intenção do delator não era esta, mas sim criar artificialmente um fato que gerasse suspeição e contribuísse para sua delação. Daí por diante, fomos vítimas de uma criminosa armação feita por elementos que não se constrangeram em criar falsas situações para receber em troca os extraordinários benefícios de sua delação, inclusive ganhando dinheiro especulando contra o Brasil e contra os brasileiros, em razão da crise provocada pela divulgação das gravações. Para eles, o crime e a calúnia certamente compensam”, afirmou o ex-senador.

Por fim, Aécio finaliza o artigo dizendo que nenhum de seus atos legislativos e políticos demonstram qualquer intenção de obstruir a Operação Lava-Jato. Declarou, ainda, que dedicará cada momento da sua vida para provar a sua inocência e a de seus familiares.

Correio







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