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1 27/07/2015 20:35

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), fez uma espécie de "homenagem" a Luís Inácio Lula da Silva ao comentar a atual situação do Partido dos Trabalhadores, nesta segunda-feira (27.07), usando a mesma frase que o petista usou para classificá-la recentemente.

"A popularidade do PT está tão baixa que pode até ter arrastado a imagem da presidente", disse Cunha antes de usar a recente metáfora usada por Lula para classificar como está o partido, na qual fez referência ao volume de água captado das represas pelo governo paulista para evitar a seca no Estado de São Paulo. "Se o PT está no volume morto? Para a sociedade, o PT já está abaixo do volume morto."

No evento em que discursou para empresários, realizado em um hotel na zona sul de São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados fez uma apresentação focada especialmente em reafirmar os avanços que o Legislativo obteve após ele ter assumido a presidência da Casa.

Após uma breve apresentação sobre o parlamentar – feita pelo empresário e coordenador da CBF, João Dória, presidente do Lide, grupo empresarial que promove o evento – Cunha teve sua fala aberta sob o mote "vivemos um momento econômico e político delicado", direcionada pelo anfitrião.

Para o empresário e o convidado, Cunha teve avanços inovadores a frente da Casa ao votar a redução da maioridade penal, pela terceirização para atividades-fim e pela reforma política.

Sem poupar críticas ao governo Dilma Rousseff, Cunha começou o discurso. "A história não reserva lugar para os covardes. Não será qualquer mentira infundada sobre mim que irá me constranger. O fato de eu ter rompido com o governo, em uma atitude pessoal, não me fará afastar um milímetro do meu compromisso eleitoral. Certamente, teremos dias difíceis, mas vamos preservar o Parlamento e a minha honra pessoal."

Cunha disse que não anunciou o rompimento com o governo buscando apoio de seu partido. "Cada um tem sua lógica partidária. O que eu deixei claro foi que alinharia o discurso com meus correligionários que apóiam a saída do PMDB da base aliada. 41% do nosso partido não apóia a continuidade da aliança. Defendi minha posição pessoal. Eu fui vítima de uma ato, com as digitais definidas", explicou.

Dória tomou a palavra e perguntou: "O senhor falou das digitais, quais são as digitais da sua denúncia (de recebimento de propina de US$ 5 milhões, vazado de depoimento colhido pela Operação Lava Jato)?". Ao que Cunha respondeu. "Eu tornei pública essa questão no meu rompimento. Disse que houve interferência clara do Executivo. Já falei nominalmente, não preciso voltar às acusações."

Cunha defendeu que a primeira medida que tomou na presidência na Câmara, a aprovação do Orçamento Impositivo, foi a que possibilitou a independência da Casa.

"Antes, o Orçamento era um instrumento de chantagem. Depois da medida que coloquei em votação, aprovada amplamente, o Orçamento Impositivo virou um instrumento de libertação do Parlamento. Começou com o presidente anterior (Henrique Eduardo Alves, PMDB) e finalizou agora."

Sobre impeachment (da presidente Dilma), Cunha afirmou ser um tema que não pode "ser tratado como recurso eleitoral" de quem não ganhou.

"O impeachment é uma votação política, feita pelo Congresso. Entendo que é um processo grave. A discussão leva à desconfiança. Os pedidos serão tecnicamente e juridicamente avaliados. O meu rompimento (com o governo) não altera os processos de análises dos pedidos protocolado."

O deputado também ressaltou outros pontos que considera como vitória de sua liderança: redução da maioridade penal, terceirização, reforma política, fim da reeleição. "A reeleição é um mal. Nós acabamos com isso", ressaltou.

Tribuna da Bahia







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