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1 06/07/2022 09:35

Depois de quatro meses sem registrar um óbito por covid-19, a cidade de Paulo Afonso, no Vale do São Francisco, teve uma morte confirmada esta semana. Em Guanambi, no sudoeste baiano, o aumento no número de casos da doença adiou o retorno das aulas em uma semana e uma reunião de avaliação está marcada para sexta-feira (8/7). Em Barreiras, no Extremo-Oeste, são 644 casos ativos. Nos últimos 26 dias, Bom Jesus da Lapa e Porto Seguro também entraram para a lista das cidades com mais ocorrências.

No dia 22 de junho, às vésperas do São João, entrou em vigor em Paulo Afonso um decreto que determinou o retorno do uso de máscaras em espaços fechados, como unidades de saúde, transporte público, cinemas, escolas e também em algumas áreas abertas. A medida foi uma tentativa de frear o avanço da doença no município. Porém, o boletim desta segunda-feira (4) não trouxe dados positivos. São 732 casos ativos.

Juntas as cinco cidades concentram cerca de 15% do total de casos confirmados na Bahia. Paulo Afonso tem cerca de 120 mil habitantes e 115.625 receberam as duas doses obrigatórias como proteção contra o novo coronavírus. Mesmo assim, o cenário preocupa e o secretário de Saúde, Adonel Júnior, informou que estuda adotar novas medidas.

“Assim como vem acontecendo na Bahia, como no Brasil, os casos estão crescendo, mas graças a vacina, não tivemos agravamento dos quadros. Tivemos um óbito registrado após quatro meses sem morte pela Covid-19, mas seguimos dentro da previsão. Adotamos o uso da máscara em lugares fechados e retornaremos com algumas medidas, como a proibição de acompanhantes nos hospitais”, afirmou.

Ele disse também que alta de casos não foi uma surpresa. “Havia uma previsão dos órgãos de saúde, com a flexibilização das medidas e consequentemente a circulação da população, que essa transmissão em massa iria acontecer, mas como estavam prevendo também, o quadro é positivo perante o que vivenciamos nos últimos dois anos. Vamos acompanhar como se comportam as coisas e, caso haja necessidade, estudaremos outras ações”, contou.

Outra cidade com alta de casos é Guanambi, com 639 paciente. Por lá, a obrigatoriedade do uso de máscaras em ambientes fechados foi derrubada em 5 de junho. Nesta segunda, os estudantes deveriam retornar às escolas, mas a volta às aulas foi adiada por conta do cenário. O Comitê de Enfrentamento a Covid-19 da cidade divulgou um comunicado informando que os dados serão observados de forma diária, e na sexta (8), a equipe irá avaliar a publicação de um novo decreto, com novas determinações.

 “O Comitê reafirma a importância do uso de máscaras e demais cuidados nas escolas e faculdades, conforme versa o Protocolo Geral de autorização do retorno às aulas presenciais, publicado em 11/02 deste ano, através do Decreto nº 694, que entre as ações gerais, determina a autonomia das unidades educacionais em suspender as aulas, caso haja surtos de casos positivos entre seus colaboradores, determinação esta que também consta no protocolo estadual e federal”, diz o comunicado.

A Bahia tem cerca de 13 mil casos ativos da doença, 30 mil óbitos e 1,5 milhão de pacientes recuperados. Os municípios afirmam que a vacinação tem ajudado para que a maioria dos casos seja leve. Em Barreira, por exemplo, dos 644 infectados, apenas quatro precisaram ser internados. Já em Bom Jesus da Lapa, no Vale do São Francisco, são 285 casos confirmados de covid e em Porto Seguro, no Sul do estado, mais 262 infectados. O CORREIO não conseguiu contato com essas duas prefeituras. 

Os números de casos ativos fornecidos pelos municípios para essa reportagem são maiores que os apresentados no boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). Segundo as prefeituras, existe um atraso na atualização dos dados. Já a Sesab frisou que as informações que constam nos boletins são de casos notificados pelos municípios nos sistemas do Ministério da Saúde e em paralelo em sistemas do estado.

Na capital, são 1.185 infectados. Segundo o prefeito Bruno Reis, diferente de outras ondas, dessa vez, o aumento progressivo nos casos de covid-19 não representa um risco para o sistema de saúde. “Os números estão aumentando, os casos ativos também. Mas efetivamente o aumento que teve foi algo que não causa nenhum tipo de risco de ter colapso do sistema de saúde. Os leitos estão atendendo a demanda”, afirmou.

Leitos
Apesar da vacinação ter avançado, a taxa de ocupação das enfermarias alcançou 100% no Oeste baiano, e as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) estão 60% ocupadas. Os dados são do boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), divulgado nesta segunda-feira (4). A região Leste aparece em seguida com ocupação de 52% para UTI e 46% da leitos clínicos.

Questionada se pretende adotar ações específicas para essa região do estado, a Sesab informou, em nota, que os municípios têm autonomia para definir medidas mais restritivas em seu território e que incentiva a ampliação da vacinação e a buscar pelos baianos que estão com a doses atrasadas.

“A Secretaria da Saúde do Estado monitora diversos indicadores em relação à Covid-19. Entre os indicadores estão número de novos casos, total de casos ativos e taxa de ocupação. Até este momento não há indicação de abertura de novos nos leitos. Caso haja mudança no cenário, a Sesab pode disponibilizar mais leitos específicos para o tratamento de pacientes com Covid-19”, diz a nota.

Para a promotora de vendas Gabriela Conceição, 35 anos, que já teve covid duas vezes, todo cuidado é pouco. “Mesmo vacinados a gente não deve esquecer que essa doença mata. A vacina nos protege e é super importante, mas temos que fazer a nossa parte. A segunda vez que tive covid os sintomas foram bem mais leves, eu já estava vacinada, mas o psicológico fica abalado do mesmo jeito ao saber que estamos com uma doença que pode nos matar. Vamos usar máscara e evitar aglomeração”, aconselhou.

Em Salvador, as UTIs adulto e pediátrica estão com 60% e 40% de ocupação, respectivamente. Já os leitos clínicos estão sendo menos demandados pelas crianças, apenas uma das 20 acomodações está ocupada, o que representa 5% da capacidade. A situação é diferente para os adultos, onde 50 dos 80 leitos têm pacientes (63%).







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