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1 23/10/2021 16:17

Ordem foi dada ao Ministério das Relações Exteriores após nações pedirem a libertação do filantropo Osman Kavala. Empresário está preso desde o final de 2017, sem condenação, acusado de financiar protestos de participar de um golpe fracassado.

O presidente turco, Tayyip Erdogan, disse no sábado (23) que ordenou ao Ministério das Relações Exteriores que declarasse 10 embaixadores - incluindo dos Estados Unidos, Alemanha e França - 'personas non gratas' por pedir a libertação do filantropo Osman Kavala.

O Ministério das Relações Exteriores convocou os embaixadores na terça-feira (19) para o que considerou uma declaração "irresponsável" pedindo uma resolução justa e rápida para o caso de Kavala.

Um dia antes, em uma declaração conjunta os embaixadores do Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Nova Zelândia e EUA pediram uma resolução justa e rápida para o caso de Kavala. Eles foram intimados pelo Ministério das Relações Exteriores, que considerou a declaração irresponsável.

Ainda na quinta-feira, Erodogan declarou ter dito ao ministro das Relações Exteriores que não o país pode se "dar ao luxo de hospedá-los". 

O empresário turco está na prisão desde o final de 2017, sem condenação, acusado de financiar protestos em 2013 e de participar de um golpe fracassado em 2016, que ele nega.
 
Organizações de direitos humanos veem isso como um símbolo da repressão a qualquer oposição por parte do regime do presidente Recep Tayyip Erdogan.

 

Kavala foi absolvido no ano passado das acusações relacionadas aos protestos, mas a decisão foi anulada este ano e combinada com acusações em outro caso relacionado à tentativa de golpe.

'Ficção de um complô'
 
Em dezembro de 2019, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH) ordenou sua "libertação imediata", sem sucesso.

No início de outubro, um tribunal de Istambul ordenou que a detenção de Kavala fosse prolongada, alegando que "faltavam elementos novos para pô-lo em liberdade".

Se for considerado culpado, o empresário pode ser condenado à prisão perpétua. Ele estará de novo diante de um juiz em 26 de novembro.

Em entrevista à AFP, Osman Kavala considerou que, com sua prisão, o governo de Recep Tayyip Erdogan poderá justificar suas "teses de conspiração". 

"Para mim, o verdadeiro motivo da minha prolongada detenção responde à necessidade do governo de manter a ficção de um complô", declarou de sua cela, por meio de seu advogado.
 
"Como sou acusado de ter participado de um complô organizado por potências estrangeiras, me libertar enfraqueceria essa ficção. E isso não é, certamente, o que o governo deseja", explicou.

Em setembro, o Conselho da Europa, do qual a Turquia é membro, ameaçou adotar sanções contra o governo turco por este caso. Essas sanções poderiam ser adotadas na próxima reunião do Conselho, que acontece entre 30 de novembro e 2 de dezembro, se a Justiça turca não libertar o empresário antes.

"Dei a ordem necessária ao nosso ministro das Relações Exteriores e disse o que deve ser feito: esses 10 embaixadores devem ser declarados personas non gratas de uma vez. Você resolverá isso imediatamente", disse Erdogan em um discurso para uma multidão em Eskisehir, no noroeste da Turquia.

 

 

 

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