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1 20/09/2021 15:05

Ex-companheiro fazia ameaças. Infelizmente, Maria de Fátima é mais uma mulher que entrou para as estatísticas de feminicídio

A filha e o atual companheiro da dona de casa Maria de Fátima Santana de Jesus, que foi vitima de feminicidio pelo ex-companheiro, relataram ao repórter Antonio Carlos, da Rádio Andaia FM, que ela já estava sendo ameaçada pelo acusado e, por isso, corria risco de morte. O crime aconteceu no domingo (19/9), na Rua Nova Canaã, em Santo Antônio de Jesus.  O acusado, Jonas de Jesus, está foragido.

“Eu não corri. Eu tive que defender ela”, disse José Antônio, atual companheiro de Maria de Fátima Santana, que presenciou o crime. José Antônio relatou que ele e a vitima caminhavam na região da entrada da Rua Nova Canaã, quando o acusado, Jonas de Jesus, teria saído de dentro de um matagal e atirado contra Maria de Fátima. “Quando eu vi que ele partiu para o lado dela, eu soltei as sacolas que eu carregava e fui para cima dele para defender ela. Eu entrei em luta corporal com ele, que apontou o revólver e disparou três tiros, mas não saiu nada”, disse.

Segundo José Antônio, o ex companheiro de Maria de Fátima já a ameaçava com mensagens enviadas por aplicativo do celular, pois ele não se conformava com o fim da relação entre os dois. “Eu queria tomar providências antes, mas ela pedia para amenizar o caso, pois ela era uma pessoa cristã e não gostava de confusão”, lamentou.

A perda para a família

A dina de casa, Maria de Fátima deixa oito filhos e sete netos. Raquel, uma das filhas dela, contou emocionada sobre a perda da mãe e disse que o acusado não respeitou nem mesmo a filha dela de seis anos, que presenciou a morte da avó. “A dor está tão grande. Minha filha de seis anos só falas nisso e está em choque até agora”, desabafou. ”Ele sempre ameaçou, mas minha mãe sempre teve fé em Deus”, lembra.

Raquel afirmou que, mesmo sendo ameaçada, Maria de Fátima nunca prestou queixa contra o ex-companheiro. Segundo Raquel, após o crime a família entrou em contato com a policia, que, imediatamente, foi até ao local. “Prestamos depoimento, a policia veio até o local fazer perecia e desde ontem estamos esperando justiça”, afirmou.

Investigações

A delegada Ana Beatriz, responsável pelo Núcleo de Atendimento a Mulher - Neam, em Santo Antônio de Jesus, disse que as investigações foram iniciadas na madrugada do crime. “Tivemos a equipe dos guardiões que passaram a madrugada em busca do autor do crime, mas até agora sem sucesso”. A delegada adiantou que as investigações agora demandam outras ações, pois a policia tomou conhecimento que o crime poderia ter sido premeditado. “A vitima registrou ocorrência no mês de março, mas infelizmente por ser um crime de ameaça, ela tinha, pela lei, o direito de não representar contra o autor. No primeiro momento ela pediu medidas protetivas, mas dias depois ela mesmo compareceu espontaneamente e pediu para que não enviasse as medidas”, lamentou.

Segundo a delegada Ana Beatriz, as investigações vão seguir para constatar se o autor continuou ameaçando a vitima ou se passou um tempo premeditando o crime. “Iremos procurar saber dos familiares da vitima se o autor continuava com as ameaças. O objetivo agora é localizar e prender o autor”, garantiu a delegada.

Dados

Segundo dados da superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), em parceria com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP). Entre 2017 e 2020, foram registrados 364 feminicídios na Bahia. Esse contingente representa a morte de uma mulher por condições de gênero a cada quatro dias. O número de vítimas saiu de 74, no primeiro ano, para 113 em 2020, representando um incremento de 52,7% em quatro anos. Destaca-se que se trata de um fenômeno em ascensão no estado, não obstante a recente tipificação legal para
esse tipo de crime.

Esses dados só reforçam as orientações dos órgãos de segurança publica que indicam que qualquer mulher vitima de qualquer tipo de agressão, seja ela física, psicológica, emocional ou qualquer tipo de ameaça deve procurar imediatamente ou, o mais rápido possível uma autoridade publica e denunciar para receber devida ajuda para evitar que a vitima continue sofrendo com essas situações ou até mesmo o agressor tenha chance de cometer um feminicidio.

 

 







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