"O português não é a língua mais popular, mas a ignorância pode ser uma brincadeira cruel". Assim começa uma matéria no portal de notícias russo "MKRU" sobre um dos vídeos de brasileiros assediando uma mulher na Rússia, enquanto ocorre a Copa do Mundo.
Após ter viralizado nas redes sociais, o vídeo tem ganhado repercussão na imprensa internacional. Ao portal de notícias russo, o sociólogo Peter Ivanov ressaltou a necessidade de o povo prestar atenção nas diferenças culturais com relação aos latino-americanos.
"Se nós compararmos nossa situação com a América Latina, veremos que em Moscou é muito menor a probabilidade de encontrarmos a cultura dos "elogios na rua" quando homens comentam algo sobre a aparência de uma mulher bonita que não conhecem andando na rua", explicou Ivanov.
A emissora francesa "BFM" considerou que o vídeo "machista e misógino" dos brasileiros na Rússia causou um "escândalo". A matéria citou a fala de Bruna Marquezine, que chamou o caso de uma "vergonha", além de ter noticiado que diversas outras personalidades brasileiras repudiaram a atitude do grupo.
Assim como a "BFM", o jornal peruano "El Comercio" salientou as manifestações de famosas brasileiras, além do fato de que a atitude machista não partiu apenas dos brasileiros, mas também de argentinos e peruanos, que ensinaram às russas como dizer que estavam interessadas em fazer sexo oral ou transar com eles. Colocando a palavra "piada" entre aspas, o jornal disse que este caso envergonhou o Brasil.
O jornal suíço "20 minutes" mencionou dados do Instituto Maria da Penha para destacar que o Brasil é um dos dez países no mundo onde a violência contra a mulher é mais observada. A cada dois segundos, uma mulher é vítima de agressão física ou verbal.
Outros jornais e portais de notícia que repercutiram o caso foram o canadense "La Presse", o russo "360 TV", o argentino "Minutouno", o colombiano "Gol Caracol", o peruano "La República" e o "La Nación" da Costa Rica. Entre estes, o jornal da Argentina publicou os outros vídeos de brasileiros constrangendo mulheres que não falam português e as informações sobre quais homens tinham sido até então identificados.
O Globo