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1 25/05/2018 22:30

Principal causa de cegueira no mundo, o glaucoma é uma doença que afeta milhares de brasileiros, e, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em dois anos, a estimativa é que 80 milhões de pessoas tenham a doença. Os números preocupam especialistas da saúde, que se mobilizaram esta semana para disseminar conhecimento e conscientizar a população para o cuidado com os olhos. 

O dia 26 de maio foi instituído o Dia de Combate ao Glaucoma, mas a semana nacional de atividades no combate à doença teve início no último dia 21, e segue até a próxima segunda-feira (28). Para fazer um alerta sobre a importância do tratamento adequado, o Elevador Lacerda permanece durante toda a semana iluminado de verde. 

De acordo com o oftalmologista do Hospital São Rafael, César Sampaio, existem várias causas que levam ao glaucoma, "mas no final todas elas estão relacionadas com o aumento da pressão intraocular", que é a pressão de dentro do olho. Na fase inicial, a doença é silenciosa, mas sinais como flutuação da visão e dor ocular podem indicar para a existência da doença.

Segundo o especialista o glaucoma crônico é o mais comum no Brasil. Contudo, existe também o glaucoma agudo. "Este acomete os pacientes de forma súbita e está relacionado à visão, com olho vermelho e doloroso, podendo gerar náuseas e vômitos. Acontece a partir dos 40 anos, mas pode acontecer em qualquer idade. É procurar serviço de emergência para fazer tratamento, porque o risco de perder a visão e maior e mais rápido”, explica, destacando que o risco triplica a partir dos 70 anos de idade.

Por se tratar de algo silencioso, a recomendação é incluir a consulta oftalmológica regularmente na rotina. César Sampaio chama a atenção ainda para o exame correto, salientando que "óticas que realizam exames devem ser evitadas, porque acham que está tudo bem, mas não está. O exame precisa ser feito por um oftalmologista. “Fazer em ótica é um problema sério, inclusive de saúde pública", disse.

De acordo com o médico, o ideal é que as consultas comecem logo após o nascimento da criança, a fim de doenças como o glaucoma congênito possam ser identificados. “Dos três aos 10 anos, a ida ao médico deve ser reforçada para avaliar a principal causa de cegueira tratável e de baixo rendimento escolar, que são as ametropias, como miopia, hipermetropia e astigmatismo. Já a partir dos 40, as consultas devem ser mais frequentes para aferição da pressão e exame de fundo do olho. Aos 60 anos, a principal causa de cegueira, felizmente reversível, é a catarata”, esclarece o especialista.

Padronização do tratamento

Por meio da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), será lançado este ano o manual com as diretrizes para orientar efetivamente os oftalmologistas sobre o uso de recursos para o correto diagnóstico da doença.

O manual poderá ser utilizado pelos médicos que vão padronizar os procedimentos para diagnósticos e tratamento da doença. O material também servirá de parâmetro para as agências reguladoras de saúde e na liberação de tratamentos e procedimentos médicos no âmbito privado e público. 

Doença silenciosa, que muito raramente causa dor, o glaucoma é caracterizado por alteração do nervo óptico, que causa dano irreversível das fibras nervosas e pode levar à cegueira. Para a presidente da SGB, Wilma Lelis Barboza, o tratamento precisa ser padronizado em todo o território nacional.

“Com este manual médicos, pacientes e sociedade ganham numa visão do que é a enfermidade e como ela deve ser corretamente tratada”, garante.

Demora no diagnostico

Uma recente pesquisa apontou  que 50% dos pacientes que já têm glaucoma desconhecem que têm a doença. Por ser assintomática, muitas pessoas demoram a ter o diagnóstico ou negligenciam o tratamento (uso de colírios). A baixa adesão ao tratamento é uma das principais causas para a progressão da doença

Dados do SUS mostram que, anualmente, são feitos 2,2 milhões de atendimentos de pacientes com glaucoma na Rede Pública. 

Tratamento 

O tratamento inclui o uso de medicamentos (colírios), procedimentos a laser ou cirurgia. No Brasil, o tratamento do glaucoma é fornecido pelo SUS há cerca de 10 anos. 

Tribuna da Bahia







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