A crise de abastecimento do Brasil provocada pela greve dos caminhoneiros está afetando serviços básicos. A Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) informou nesta quinta-feira (24) que os atendimentos emergenciais podem ter o tempo de espera comprometido devido à greve dos caminhoneiros
"Em função da escassez de combustível para abastecimento da frota, a empresa está priorizando as atividades de urgência e regulatórias. No interior baiano, os bloqueios em rodovias estão impedindo o deslocamento de equipes de prontidão e, consequentemente, o acesso aos locais de ocorrências. Representantes da concessionária tentam negociar com os manifestantes a liberação para que as turmas de plantão possam atuar com a maior brevidade no restabelecimento de eventuais casos de interrupção de energia", informou a Coelba, em nota.
A Coelba é a terceira maior distribuidora de energia elétrica do país em número de clientes e a sexta em volume de energia fornecida, sendo a maior do Norte-Nordeste. Presente em 415 dos 417 municípios baianos, a Coelba tem uma área de concessão de 563 mil quilômetros quadrados. A empresa tem 5,9 milhões de clientes (mais de 15 milhões de habitantes).
Na Região Metropolitana de Salvador, segundo estimativa do presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis, Energias Alternativas e Lojas de Conveniências do Estado (Sindicombustíveis), Walter Tannus, pelo menos 20% dos 250 postos já estão com problema de abastecimento. No interior do estado a situação é ainda pior: pelo menos 50% dos postos cerca de 2 mil postos do interior estão sem gasolina e álcool.
Mobilização nacional
A paralisação dos caminhoneiros contra a alta do diesel continua em pelo menos 20 estados do País. Os protestos seguem apesar da decisão da Petrobras de reduzir o preço do diesel em 10% por 15 dias, da aprovação de projeto na Câmara que prevê alíquota zero de PIS-Cofins sobre o diesel até o fim do ano e o pedido do próprio presidente Michel Temer de uma trégua até sexta-feira (25) para encontrar uma solução.
Nesta quinta-feira, o Planalto volta a se reunir com representantes dos movimentos dos caminhoneiros. O encontro está marcado para as 14h na Casa Civil. Em São Paulo (SP), a prefeitura estimou que 40% da frota, que conta com cerca de 14 mil veículos, não terá combustível para circular nesta quinta-feira. No Rio de Janeiro (RJ), a frota foi reduzida em 20%, enquanto o BRT está operando com 50% dos veículos nesta quinta. Em todo o estado do Rio de Janeiro, cerca de 40% das frotas municipais e intermunicipais não circularam desde quarta-feira (23).
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