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1 05/07/2017 16:02

No próximo sábado, Amanda Nunes defende o único cinturão que resta ao Brasil, o dos pesos-galos femininos, no evento principal do UFC 213, em Las Vegas. Os torcedores brasileiros torcem para que a "Leoa" seja capaz de encerrar um jejum incômodo em 2017: no primeiro semestre, nenhum representante do país venceu quando foi colocado na luta principal de um torneio do Ultimate, em seis tentativas.

 O desempenho dos lutadores brasucas em geral não foi ruim na primeira metade do ano; na verdade, foi bem positivo, com 35 vitórias em 61 lutas no UFC (descontando lutas em que brasileiros se enfrentaram), um aproveitamento de 57,37%. Em cards principais, foram 16 vitórias em 30 lutas, ou 53,33% de aproveitamento. Das 10 categorias de peso em que teve representantes lutando, o Brasil tem aproveitamento acima de 50% em metade delas, e igual a 50% em outras três - apenas o peso-pesado e o peso-pena tiveram mais derrotas que vitórias em 2017 (1v-2d em cada uma).

 Contudo, quando chegam ao "topo da elite", os brasileiros não conseguiram superar os obstáculos até aqui. Em seis lutas principais com lutadores do país em destaque, foram cinco derrotas e um "No Contest" (luta sem resultado) - seriam seis reveses, se o nocaute sofrido por Vitor Belfort no UFC Fortaleza de março não tivesse sido anulado pela Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) devido à falha de seu adversário, Kelvin Gastelum, no exame antidoping pós-luta devido ao uso de maconha. Saíram derrotados em eventos principais em 2017 Wilson Reis (UFC Kansas City), Junior Cigano (UFC 210), Glover Teixeira (UFC Estocolmo), José Aldo (UFC Rio 8) e Bethe Correia (UFC Singapura). Todas as derrotas foram em lutas finalizadas pelos adversários: Reis foi vítima de uma finalização por chave de braço nas mãos de Demetrious Johnson, campeão dos pesos-moscas, e os outros quatro foram nocauteados.

Amanda é a única brasileira que resta com um cinturão a defender, apesar de o país ter tido representantes em quatro disputas de título em 2017. O peso-mosca Wilson Reis foi o primeiro, em abril, mas não foi páreo para Johnson, primeiro colocado do ranking peso por peso do UFC e que, ao derrotá-lo, igualou o recorde de defesas bem sucedidas de cinturão (10), pertencente a Anderson Silva. Em maio, foi a vez de Junior Cigano, nocauteado pelo campeão peso-pesado Stipe Miocic, e de Jéssica "Bate-Estaca" Andrade, única que não disputou o título num evento principal, batida pela campeã peso-palha Joanna Jedrzejczyk em decisão unânime dos juízes. Em junho, José Aldo perdeu o outro cinturão que restava ao país, do peso-pena, ao ser nocauteado por Max Holloway.

 Os torcedores patriotas atrás de um motivo para otimismo podem se agarrar à fé que a má fase vai ficar apenas no primeiro semestre, e que a virada de junho para julho traga novos ventos. Outra razão para acreditar no fim do jejum é que Amanda Nunes já enfrentou situação semelhante: no ano passado, disputou o cinturão peso-galo dois dias após Rafael dos Anjos perder o título dos leves e com a responsabilidade de recolocar o país no rol dos campeões lineares do UFC (José Aldo conquistou o cinturão dos penas momentos antes de sua luta, mas era apenas o interino). Na luta principal do UFC 200, cumpriu a missão e finalizou Miesha Tate.

Analisando o presente para mirar o futuro

 Onde o Brasil pode ter suas melhores chances de se recuperar em eventos principais no segundo semestre? Os números do primeiro semestre sugerem que o peso-médio e o peso-leve são as melhores categorias do país no momento. Entre os médios, foram oito vitórias, três derrotas e um "No Contest", e, entre os leves, quatro vitórias e apenas um revés.

Contudo, ao se analisar os rankings de ambas as categorias, poucas possibilidades saltam aos olhos: Ronaldo Jacaré passou por cirurgia recentemente e possivelmente não lutará até o fim do ano; Anderson Silva esteve "às turras" com a organização após ficar fora do UFC Rio 8 e suas últimas duas lutas não foram eventos principais. Entre os leves, o quarto colocado Edson Barboza vive ótima fase e seria o principal candidato, mas jamais foi destacado num evento principal em 17 lutas no UFC. Em relação à disputa de cinturão, ambas as categorias são justamente as duas com a situação mais complicada; o Ultimate vai colocar um título interino dos médios em jogo no UFC 213, entre Yoel Romero e Robert Whittaker, enquanto o campeão Michael Bisping se recupera de uma cirurgia no joelho, e pretende fazer o mesmo nos leves, entre Tony Ferguson e Khabib Nurmagomedov, enquanto o campeão Conor McGregor faz uma superluta de boxe contra Floyd Mayweather Jr.

 As próximas oportunidades do Brasil de acrescentar à sua conta de cinturões serão no mesmo evento, o UFC 214 de 29 de julho, em Anaheim (EUA). Demian Maia desafia o campeão Tyron Woodley pelo título dos meio-médios, e Cris Cyborg é a favorita pelo cinturão vago dos pesos-penas femininos contra Tonya Evinger. Nenhuma das duas lutas, entretanto, será a principal do torneio, que destaca a disputa do cinturão peso-meio-pesado entre Daniel Cormier e Jon Jones. Caso vençam, Demian e Cyborg seriam candidatos a fazer lutas principais durante o segundo semestre - a intenção do UFC, inclusive, é que o vencedor entre Maia e Woodley enfrente Georges St-Pierre no topo de um card programado para novembro em Nova York.

 Depois deles, contudo, pode demorar para o país ter nova chance de disputar o título. O peso-pesado Fabricio Werdum é quem tem a melhor chance de se posicionar para isso; se vencer Alistair Overeem no UFC 213, terá um bom caso por uma revanche contra o campeão Miocic. Entre os moscas, Demetrious Johnson deve enfrentar Ray Borg na tentativa de quebrar o recorde de defesas de cinturão e, caso vença, pretende fazer superlutas com campeões de outros pesos em seguida, o que deixaria Wilson Reis e Jussier Formiga no limbo. Nos galos, Raphael Assunção é o principal candidato entre seis brasileiros no top 15, mas a lesão do campeão Cody Garbrandt adiou sua luta contra o desafiante número 1 TJ Dillashaw, e uma possível superluta do vencedor desta disputa contra Demetrious podem travar a divisão. Entre os penas, a equipe de José Aldo admite que ele precisará fazer pelo menos uma luta antes de disputar o título de novo. No meio-pesado, Alexander Gustafsson, Jimi Manuwa e Volkan Oezdemir estão à frente de Maurício Shogun na fila. Cláudia Gadelha é a primeira colocada do ranking peso-palha, mas afirmou que ainda pretende fazer mais lutas antes de obter uma nova chance contra Jedrzejczyk, que deve enfrentar Rose Namajunas no segundo semestre.

Combate







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