Chega de descanso. Após um dia sem jogos, a Copa do Mundo volta com tudo para a fase de oitavas de final. Quem perder cai fora. E logo de cara, no final da manhã deste sábado (30), um duelo para acabar com o fôlego dos amantes do futebol: França x Argentina, às 11h, em Kazan.
De um lado estão os franceses, campeões mundiais em 1998, que estão devendo em Copas desde então. Os hermanos, por sua vez, vivem situação até pior. Vencedores em 1978 e 1986, nunca mais conseguiram comemorar com uma geração pós-Maradona. Messi bateu na trave, vice em 2014.
Apesar disso, os times estão em fases distintas na Rússia. Enquanto a França se classificou em primeiro no Grupo C, com sete pontos (duas vitórias e um empate), os argentinos só garantiram a vaga na última rodada da primeira fase, após um triunfo suado por 2x1 sobre a Nigéria. Os pupilos de Jorge Sampaoli terminaram na segunda colocação do Grupo D, com quatro pontos (um triunfo, um empate e uma derrota).
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A grandeza do jogo se reflete também no discurso entre jogadores e comissões técnicas. Entre os franceses, a preocupação tem cinco letras: Messi. Camisa 10 e craque argentino, o jogador de 31 anos lidera a equipe, seja dentro ou fora de campo. “Messi é único. Não pode comparar com ninguém”, afirmou o goleiro Lloris ao ser perguntado sobre as comparações com o francês Mbappé, de apenas 19. “Messi é Messi. Veja suas estatísticas. Espero que possamos marcá-lo, neutralizá-lo, mas sabemos que ele sabe fazer a diferença com muito pouco espaço”, acrescentou o técnico Didier Deschamps.
O grande trunfo dos Bleus, por sinal, é a solidez defensiva. A equipe levou apenas um gol em três partidas e foi na estreia, de pênalti, contra a Austrália. Lloris, por isso, confia no bom rendimento dos companheiros. “Nós estamos preparados para enfrentar um jogo de oitavas de final contra a Argentina. Temos que estar no topo, dar respostas coletivas e individuais. Vamos precisar de uma grande performance”, explicou o capitão, confiante.
Pogba, um dos jogadores que dá ritmo ao meio-campo da França, fez graça ao falar sobre o duelo decisivo perante os argentinos. “Eu não quero ir pra casa. Ainda não fiz minha bagagem”, brincou, para depois elogiar os rivais. “A Argentina é um país de futebol, com lendas como Maradona e Messi, e ainda é muito grande, segue como favorita ao título mundial, apesar de terem começado mal. Mas nós somos a França, então temos que assumir nossas responsabilidades, também somos uma grande nação do futebol. Vamos ver quem vai passar”, finalizou.
O clima na Argentina ainda é de desconfiança. Entretanto, o drama vivido na primeira etapa da Copa fez os jogadores chegarem mais fortes para o mata-mata. A entrega sempre foi uma característica marcante dos albicelestes, mas o treinador Sampaoli pede mais.
“Sonho ver uma Argentina com muita paixão, mas, acima de tudo, com muito futebol. Se não for assim, será uma partida física, o que não nos é conveniente”, alertou o técnico.
Para ele, acionar Messi durante os 90 minutos é uma estratégia praticamente inevitável. “É uma pessoa com tanta clareza para ver o futebol que nos ajuda a ver coisas que só um gênio pode ver. É difícil estar no nível de um jogador do tamanho de Leo (Messi). É um farol, um indicativo para todos. Temos que ter a capacidade de estar a sua altura”, deu o recado.
Quem avançar do confronto pegará o vencedor do jogo entre Uruguai e Portugal, que também se enfrentam também neste sábado, às 15h, em Sochi.
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