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1 07/12/2021 10:32

Beber mais água e reduzir o consumo de sódio e proteínas ajudam a prevenir o problema

A ingestão de água em abundância é a melhor forma de prevenir a formação de cálculo (litíase) no trato urinário. É que quando não há a adequada reposição de líquidos, a urina torna-se muito concentrada em minerais como o cálcio, que se sedimentam, se cristalizam e formam os cálculos. A doença possui  alta prevalência no Brasil e sua taxa de recidiva pode chegar a 50%. Predisposição genética e influências ambientais, como o calor excessivo, são alguns dos fatores causais do problema. Alterações metabólicas, como a excreção excessiva de cálcio, ácido úrico e oxalato, ou reduzida excreção de citrato na urina, são responsáveis por 80% dos casos. A infecção urinária está diretamente relacionada à formação desses cálculos. Além disso, alguns medicamentos são considerados de risco para a formação da nefrolitíase.

O quadro clínico depende da localização do cálculo. A manifestação mais frequente é ocasionada pela mobilização e descida de cálculos pelo ureter, obstrunido o fluxo urinário, distendendo a cápsula renal e causando dor forte. A doença se apresenta como dor de início súbito, predominantemente lombar, irradiando para o abdome, bexiga, testículos ou grandes lábios, e face interior das coxas. A cólica é crescente e o paciente fica pálido e agitado, irritando-se facilmente, com suores frios. Na bexiga, mais raramente, o cálculo pode obstruir o fluxo urinário, podendo ser eliminado no jato urinário ou não. Raramente a descida do cálculo pode ser indolor, com apenas um discreto desconforto local. Sangue na urina está presente na maioria dos casos de cólica renal. Sintomas como náuseas, vômitos, dor abdominal, anorexia, mal estar e infecção do trato urinário também podem se manifestar.

Além desse conjunto de sintomas, o diagnóstico depende da realização de exames de sangue e urina. A tomografia de rins e vias urinárias, sem contraste, pode ser solicitada. Este exame traz detalhes sobre a localização, números de cálculos, tamanho e dureza dos mesmos, possibilitando a tomada de decisão mais segura. De acordo com os dados clínicos e exames laboratoriais e de imagem, é definida a melhor conduta para cada caso. 

A maioria dos pequenos cálculos (<5mm) que se apresenta no canal da urina entre o rim e a bexiga (ureter) evolui com eliminação espontânea durante um determinado período, que pode chegar a seis semanas. Se as condições permitirem, esses pacientes podem ser apenas acompanhados, ficando a remoção do cálculo indicada em situações específicas. São importantes as orientações dadas pelo especialista, caso o paciente opte por essa modalidade. Importante usar medicações adequadas, coar a urina para observar a saída do cálculo, caso aconteça, e se a dor retornar, contactar o urologista para intervir com brevidade.

Quanto quanto maior o cálculo, menor é a chance de passagem espontânea, sendo muitas vezes necessária a realização de procedimentos, como litotripsia extracorpórea (máquina que emite energia em forma de ondas externas ao corpo e fragmenta o cálculo), ureterolitotripsia (cirurgia que consiste na introdução de um aparelho pelo canal da urina para quebra do cálculo com uso de energia a laser) e cirurgias percutâneas, modalidade de tratamento mais invasiva e menos frequente, com indicações precisas e riscos/complicações controladas. A cirurgia laparoscópica também pode ser utilizada em cálculos na pelve renal e ureter médio/ proximal. Cirurgia aberta, felizmente, é menos frequente, mas pode ser indicada. 

Assim como o tratamento dos casos agudos, a prevenção da formação de novos cálculos é muito importante, pois até metade dos pacientes pode voltar a ter cálculos. A avaliação médica pelo urologista após o tratamento da cólica renal é indispensável, pois a investigação dos fatores associados ajuda a reduzir a formação de novos cálculos. Medidas simples, como aumentar o consumo de líquidos (cerca de 2 a 2,5 litros por dia) e reduzir a ingesta de sódio (sal) e proteínas (carnes em geral), apresentam sucesso na prevenção dos cálculos urinários. Outras medidas e medicamentos podem auxiliar, mas necessitam de uma avaliação completa antes de serem utilizados.


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